terça-feira, 31 de maio de 2011

Sinceramente

 

Sinceramente, qual o problema em levar tudo a sério? E em levar nada?  Sinceramente, qual o ponto em julgar, discriminar ou tratar diferente? Sinceramente, por que ser tão difícil? E por que ser tão fácil?

Sinceramente, por que não aceitar? Por que não relevar? Por que nunca estar contente o bastante? Sinceramente, por que não olhar para o próprio umbigo antes de olhar para o do outro?

Sin-ce-ra-men-te, por que não dizer, não gritar, não conversar ou não ficar quieto na hora certa? Abraçar, beijar, fazer carinho? Por que vulgarizar o bom dia e o eu te amo? E o te odeio? Sinceramente, por que odiar tudo, amar tudo? Qual, sinceramente, é o problema do meio termo?

Por favor, sinceramente, qual o problema em não gostar? Por que não se pode estar satisfeito em ficar insatisfeito? Qual o problema em só desejar curtir um pouco de fossa antes de levantar a cabeça e seguir em frente? Por que não se pode estar triste, derrubar meia ou uma dúzia de lágrimas? Sinceramente, qual o ponto em sorrir o tempo todo se o sorriso não é sincero?

Sinceramente, qual o problema em falar de sexo? Em fazer sexo? Em aceitar homens junto com homens e mulheres junto com mulheres? Por que não aceitar que somos todos diferentes, temos gostos diferentes, vivemos vidas diferentes? Por que não vencer o falso discurso da moralidade e construir um mundo livre de amarras sociais?

Sin-ce-ra-men-te, por que não dormir demais? E por que não dormir de menos? Por que acordar mais cedo e por que acordar mais tarde? Qual o problema em preferir o dia à noite ou a noite ao dia? Sinceramente, por que não deixar que cada um escolha o que é bom pra si? E por que não acreditar que, de fato, nem nós mesmos sabemos o que é bom para nós?

Você pode, sinceramente, dizer qual o problema em falar alto e chamar a atenção? E por que não se pode falar baixo e passar despercebido? Sinceramente, por que não pedir desculpas, dizer obrigado ou aceitar um sorriso como simples resposta?

Sinceramente, por que eu não posso me amar demais ou me odiar demais? Por que tenho que ser o meio termo chato e o falso discurso da modéstia? E por que querer mais de si é confundindo que falta de orgulho próprio? Sinceramente, por que não cortar o cabelo, raspar o cabelo, alongar o cabelo, colorir, descolorir? Cabelo cresce. Como a gente. O ser humano, sinceramente, confunde tentar ajudar com impor algo a alguém. Preferem companhias robóticas ao invés de perfeita imperfeição. 

Por que não resolver, não falar, não respeitar, não colocar pra fora? Sinceramente, por que não ser sincero? Com o outro e consigo mesmo.

 

**Thistle & Weeds, Mumford And Sons. Sinceramente, minha banda do ano.

3 comentários:

  1. Irretocável. Parabéns Querida, matou a saudade e já iniciamos uma espera - espero curta! - pelo próximo arooubo literário... kkkkk

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  2. Nossa, foi o melhor de todos! Arrasou minha princesa, vou fazer todo mundo ler esse!
    Amo você!!

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  3. sinceramente, dona Ieska...vc é genial, e pra isso não tem meio termo! nem nunca terá, e a gte agradece por isso!

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